No passado dia 22 de Fevereiro, o nosso grupo dirigiu-se ao Porto com o intuito de visitar esta instituição que nos prestou um esclarecimento geral acerca dos principais objectivos da mesma. A directora da ACAPO, Anunciação Bessa Velho, recebeu-nos com bastante simpatia e, depois de nos fornecer diversas informações, conduziu-nos até ao elevador que estava adaptado a pessoas cegas e com outros problemas visuais, nomeadamente com botões em Braille e uma voz que indicava o andar em que se encontravam.
Posteriormente, visitamos a sala de trabalhos manuais para apurar o tacto e para treinar a coordenação motora (malhas, macramé, croché, etc.) onde estavam cinco utentes e as duas monitoras, sendo uma delas cega. Como pudemos observar, todas as utentes se sentiam felizes e entusiasmadas por frequentar a instituição, que lhes facultava actividades em grupo e convívio. As senhoras possuiam problemas visuais distintos e diferentes idades. Começamos pela Dª Elisabete, que ficou cega há dois anos, vê cerca de 4% e utiliza a bengala para se guiar. Confessou que todas as terças feiras se desloca de Paredes ao Porto de comboio e de autocarro, sem qualquer ajuda humana. Depois, conversamos com a Dª Rosa Santos, que cegou aos 35 anos da vista direita. Inicialmente era acompanhada por um familiar, mas agora anda sozinha. Seguidamente abordamos a Dª Rosa Barros que é cega desde os 21 anos e usa bengala. Distingue somente a claridade que incide os objectos e que lhe confere alguma orientação, na vista esquerda. Logo de seguida, a Dª Aurora (muito espontânea) disse-nos que a ACAPO a ajudou a ultrapassar as dificuldades que sentia quando cegou. Gosta das actividades e das monitoras e do que lá fazem. Apesar de cega, referiu que continua a maquilhar-se, a ir ao cabeleireiro, e, pelas suas palavras, continua muito vaidosa, contudo, não tanto como era no passado. Revelou que, para além de frequentar a ACAPO, é voluntária numa instituição de solidariedade no Porto. Após termos escutado com atenção a Dª Aurora, passamos a palavra à Dª Emília, a mais nova do grupo, casada e com filhos. Muito reservada e muito tímida, lá ia fazendo os seus trabalhos de croché enquanto conversava connosco.
Em geral, estas cinco senhoras, apesar das dificuldades visuais, continuam a realizar as tarefas diárias como arrumar a casa e ir às compras, mas evitam lavar a loiça.
A directora da instituição é amblíope, começando por ser utente e acabando por ascender ao cargo superior.
Maria da Luz e Marlene são as monitoras, sendo a primeira cega, técnica de Braille e informática, possuindo uma cadela guia de nome Frida. Marlene é a terapeuta ocupacional, sem qualquer tipo de problema visual. São elas, em conjunto com a instituição, que ajudam as utentes a superar os obstáculos e a serem mais autónomas.
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Notícias maravilhosas com pessoas muito bonitas.
ResponderEliminarParabéns.